Foto: Júlio Amaral |
Com a mudança de algumas escolas estaduais para a administração municipal - de acordo com o processo de municipalização das instituições de ensino do governo estadual previsto na lei estadual 4.528/05, que estabelece que os ensinos infantil e fundamental passem para as prefeituras até 2015 -, a partir de 2005 o governo estadual entregou para Barra Mansa nove escolas, totalizando cerca de 1.700 alunos.
O estado precário de algumas escolas (como no caso do Jardim de Infância municipalizado Professora Júlia Varella, no bairro Vila Nova) tem deixado os pais dos alunos preocupados com a segurança das estruturas e também com a demora do governo municipal em realizar as reformas necessárias.
O vigilante Evaldo Alves do Nascimento, presidente da Associação de Moradores do Bairro Vila Nova - e que tem uma filha de cinco anos estudando na escola -, afirmou que os pais estão receosos de manter os seus filhos na instituição de ensino devido a rachaduras no imóvel. Apesar das aulas terem iniciado na última segunda-feira, Evaldo disse que a preocupação acabou fazendo com que alguns alunos faltassem às aulas.
- Mesmo depois das reclamações sobre o estado lastimável da escola, a prefeitura só resolveu agir em 2009, quando foi trocado todo o telhado. Mas a estrutura não sofreu intervenções, as paredes estão ficando trincadas e com rachaduras. Uma comissão de pais e moradores fez uma denúncia junto ao Ministério Público no ano passado, que exigiu uma reforma da escola junto à prefeitura, mas nada foi feito até hoje. Duas salas com as paredes rachadas já foram isoladas e interditadas, e cerca de 80 alunos deixaram de estudar - reclamou.
O presidente da associação afirmou que o secretário de Educação, Mauro de Paiva, esteve na escola na última segunda-feira e prometeu concluir a reforma da escola - mas não definiu uma data, alegando que está ciente da necessidade de reforma do imóvel desde 2009 e que a própria secretaria está procurando um local mais adequado para alojar as crianças durante o período de intervenções.
Segundo Evaldo, os pais estão receosos de fazer a mudança e não retornarem para a escola, como já estaria acontecendo nas escolas dos bairros Nove de Abril e Vila Independência, que estão fechadas para reforma.
- Além das rachaduras, o refeitório foi transformado em sala de aula e colocando em risco os alunos, que ficam perto da cozinha e de botijões de gás. As demais dependências também estão em estado precário, com algumas salas sem piso e apresentando buracos. Fico preocupado com a integridade dos alunos, é preferível que a obra seja feita logo para que não ocorra uma tragédia - alertou.
Mães reclamam no Nove de Abril
Depois da municipalização da Escola Estadual Bairro Nove de Abril, vários pais de alunos estão inconformados com a demora na reforma da instituição, fechada desde 2009, obrigando os estudantes a utilizarem as dependências da Igreja Presbiteriana do bairro como alternativa para continuarem estudando.
Para a salgadeira Maria Aparecida da Silva, que tem um filho de nove anos estudando nessas condições, o fechamento da escola faz muita falta para as crianças, que ficam sem quadra de esportes, biblioteca - além de o local utilizado atualmente ser apertado e sem ventilação.
- Ela foi fechada em 2009 porque estava com infiltrações, mofo e o teto caindo. Também não tinha quadra esportiva e os banheiros dos meninos ficavam do lado de fora, por isso que reivindicamos o seu fechamento. O que falta ao bairro é construir uma escola maior e mais moderna para atender a todos - acredita.
Para Viviane Francisca da Costa, mãe da aluna Natyele, de sete anos, é outra a reclamar da estrutura atual.
- Eu não entendo porque as crianças precisam estudar em uma igreja se já existe uma escola no bairro, é só reformá-la. Já são três anos de espera - protestou.
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